terça-feira, 6 de novembro de 2012

Invento


Invento

De posse das minhas fantasias, retomo. Vou escrever sobre o que não existe. Afagar esta dor de ser só e inventar meu amor.
Por hoje me permito ser amada como sempre quis ser.
Por hoje me reservo e me dou o direito de me inventar, de te inventar e de viver nas minhas linhas as minhas invenções.
Os pensamentos me tomam na cama. Minha mente nunca faz silêncio. É difícil o sono chegar. De imedato, me pega o sonho e me coloco a rabiscar meus versos. Construo nesta folha branca meu encanto sem dor.
Ah! Por hoje e por ora me permito ser tua. Tua como eu sempre quis ser de alguém. Completa e completamente...
Na pretensão de construir obra literária, me vem à possibilidade de inventar e então, traço nossos destinos. Ouso construir algo meu. Penso construir algo teu. Escrevo construindo algo nosso. É mesmo tudo invenção!
Por hoje eu quero o céu. Eu sempre quis o céu. Estrelado ou não, com Lua imponente ou tímida.  Sempre quis os mistérios deste azul misturados aos meus. Sempre quis dançar sobre nuvens sem formas, acompanhada de quem me abraçasse doce e me fizesse esquecer que o chão é meu ninho. Sempre quis tocar a Lua com uma mão para manter a outra presa àquele que me fizesse dividir ternos olhares entre o que há nos limites do Céu e da Terra.
Por hoje eu me permito ser tua, completamente.
Aproxime-se e traga até meus ouvidos tuas palavras que me aquecem e molha a minha boca que, sedenta pela tua, procura do teu gosto em cada centímetro de pele nua.
Depois, encosta teu ouvido no meu sorriso e me tome todo o festejar e fogos que brilham meus olhos para o que te é eterno. Morro só de pensar que posso ser breve.
Arranca de mim, suave, toda expressão que tenho e não tive. E alimenta ainda mais este inquieto desejo de te ter sempre e muito.
Finca no meu peito o teu nome e escreva no meu corpo a tua história com tinta que não se apaga. Porque não sou folha em branco, mas há em mim um espaço reservado para tuas letras. E no mais, a única folha que se rasga é esta que escrevo. E por hoje... Por hoje basta de inventar.
Débora Andrade

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