terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Retorno


O Retorno

Deveria ter escrito isto há uns três meses. Afinal de contas, retornei à minha cidade natal no dia 26 de janeiro de 2009 e não hoje, dia 24 de abril de 2009. Mas, tudo que escrevo, é puro sentimento e, quem sabe hoje, eu já consigo sentir meu retorno completo. E o interessante é que, além do retorno houve também um reencontro. O reenocontro dos meus mundos e daquela que estava adormecida dentro de mim. Recuperei um pouco da doçura, da ingenuidade dosada, da "caipirice" e inocência necessárias e da alegria de viver com simplicidade e calma. E isto tudo tem me feito bastante feliz.

Claro que ainda há muito da "mineiroca" construída nos sambas e chorinhos da Lapa, da quase tijucana que não negava um chopp no Buxixo, da louca e "sem noção" que enfrentou ladrões, da destemida que saía da Mangueira ao amanhecer com os pés latejando na sandália de salto e muito feliz por quase não sentir as pernas de tanto sambar. Ainda há muito do Rio em mim. Há, ainda mais, muito das pessoas. E destas, sei que jamais irei me desfazer e desconstruir porque desejo que elas continuem em mim. É um afeto, carinho, amor que só me faz bem, mesmo que a saudade se faça presente sempre.

Hoje vivo uma sensação boa de sentir. Acho que aumentei os meus espaços. E, mesmo tendo muita gente espalhada pelos quartos e cantos da casa do meu coração, ainda há uma sala espaçosa e confortável para receber mais gente, mais coisas, mais sentimentos.

Acho que esta que estava adormecida sempre teve uma noção melhor de espaço e sempre foi mais organizada, apesar de também se jogar no tapete da sala de vez em quando... sozinha ou acompanhada. E aliei o conhecimento adquirido com as experiências vividas até aqui, com as características que sentia saudade desta que já tinha dado por morta em mim.

Retornei! E, por mais estranho que pareça, tudo é muito diferente do que havia sido. Coisas novas e coisas velhas numa deliciosa mistura. Assim, como goibada com queijo ou, como pão de queijo com café! Mas ainda há coisas para reencontrar...

É, amor!!! Talvez eu precise de mais uns três meses... E nenhuma de mim ainda aprendeu a esperar!!!




Débora Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário