terça-feira, 6 de novembro de 2012

"Ismos"


"Ismos"

Temos o mal comum de sonharmos muito. O problema é que, ao sonharmos, envolvemos outras pessoas. Afinal, outro mal comum à nós, humanos, é a carência. Impressionante como sempre desejamos mais alguém para gozar conosco as conquistas e até mesmo para chorar as derrotas. Já viu alguém sonhar em ter uma linda casa, com piscina, salão de jogos, redes preguiçosas, sauna e tudo mais para viver só? No mínimo, alguns cachorrinhos lindos estarão compondo este sonho.
É... Mas o que sonhamos para alguém, não é o que este alguém sonha para si mesmo. Por mais que este alguém tenha demonstrado o desejo de compartilhar com você dos sonhos, dos planos... este alguém não é você. E ele pode mudar de idéia. Não pensou que só porque era real e possível para você que seria para ele, né? Quanta ingenuidade!!!

Fatalmente, comigo foi assim...  Por isso, aconselho: sonhe só para você e por você. Os sonhos de amor, que são os que, obrigatoriamente, envolvemos uma segunda pessoa, é melhor não sonhar.

Quando notamos o controle das nossas vidas em nossas mãos, conseguimos direcionar melhor nossos planos. É certo que perde um pouco da magia, do encanto natural que existe em sonhar. Mas a racionalidade evoca o egoísmo, egocentrismo e indivudualismo. E todos estes "ismos" são indispensáveis para a sobrevivência da dignidade e integridade emocional.

Pensa que estou feliz em concluir isto? - Não. Não estou. Mas, já diz o velho ditado popular " a necessidade faz o homem". E minha necessidade agora é viver em paz. Sem dor, sem frustração, sem desilusão, sem decepção. E qual a saída para isto? Não criar expectativas, nem planos e nem sonhos que envolvam outras pessoas. Ter o controle de mim. E só tenho este controle quando o centro do meu universo passa a ser eu.
Sem essa de sonhar por alguém. Vou sonhar só o que compete à mim. Só no que depende, inteiramente, de mim.
Já escrevi muito sobre o amor. E em determinado momento da minha vida, pensei dominar o conhecimento pleno desse sentimento... Sentimento? Hoje acho que é muito mais um estado de espírito. Mutável, inconstante e frágil.
É só mais um sonho... desses que não são para viver sozinho. E como depende de uma segunda pessoa, desisto de tentar. Estou cansada de mais.
Odeio este balde de água fria em mim mesma. Sempre adorei o brilho dos meus olhos ao sondar a possibilidade de dar certo. E também gostava tanto do meu tom de voz quando, entusiasmada, afirmava que assim seria, como planejamos! Mas as verdades eram só minhas. Os sonhos, criados por ele, eram vividos e consumidos só por mim.
... E meu castelo de sonho se autodestruiu quando sentiu que lá só habitaria minha dor.

Devolva meu controle remoto.  Vou reprogramar minhas estações.
Débora Andrade

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