terça-feira, 30 de outubro de 2012

Despedida


Despedida

Eu esperei, esperei e esperei. Esperei tanto que imaginei que eu não merecia mais. Ou que não existisse, mesmo. Que não passasse de invenção. Destas tantas que minha cabeça fabrica dia e noite neste meu mundo cor de rosa que os amigos conhecem bem.

Quando eu já não esperava mais, chega você. E muda o gosto amargo daquele vazio, preenchendo todos os espaços com ternura, com doçura, proteção e algo a mais, que vou chamar de amor, enquanto não tenho uma nova palavra para esta "troca"... Este sentimento que vem brotando como um girassol... Desabrochando suas pétalas amarelas, cor de alegria, em busca da luz... em busca do Sol... E encontrando no solo todas as raízes que são nossas.

E você mudou. Mudou o sorriso no meu rosto. Mudou meu pensamento antes de dormir ou acordar. Mudou meu suspirar. Mudou o brilho dos meus olhos. Mudou minha maneira de pensar sobre laços, pingos e nós.

E eu quero tanto... Quero-te tanto... Importo-me tanto... Tanto...
E um tanto de saudade já enche este meu peito. Saudade destes nossos dias sem horas. Das nossas noites tão iluminadas pelo brilho do nosso olhar que quase ofuscava a tão platinada Lua. Saudade das nossas mãos juntas. Do nosso silêncio. Da nossa respiração ofegante. Saudade de nós... Saudade, doce...

E o que farei? Se agora meus sonhos se dividem, mais uma vez.
Talvez, me revoltar com este destino que se encarrega destas  encruzilhadas das minhas esquinas, pregando peças de decisões? Ou, deixar que o girassol durma suas pétalas amarelas sem muita esperança de que o Sol renasça?  Mas, como? Se já não mais imagino meus dias sem teus carinhos. Tuas poucas palavras tão sábias e teu abraço... Este abraço que me fez perder ali dentro, bem quietinha, todo meu medo de entrega... e ali mesmo renasceu toda minha força de viver amor.

Não sei me despedir de você. Não consigo.

Não vou saber e nem quero te dar um beijo, um abraço ou uma flor de despedida.

Retiro-me daqui, com medo de me retirar da tua vida. E se você quiser, deixo parte do meu coração em tuas mãos. Você saberá cuidar enquanto respiramos esta vírgula. E, sem promessas, apenas confesso... Sei todo caminho de volta. E, se for preciso, ensino o caminho até a mim.

Mas, com você, me recuso a ter um ponto final.
Débora Andrade

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